Dois homens de nomes não divulgados foram flagrados, da empresa Recompav, na madrugada de ontem, com um trator e um caminhão caçamba, retirando areia de forma ilegal na região de duna da Zona de Proteção Ambiental 9 (ZPA-9), no bairro Lagoa Azul (Zona Norte de Natal). A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) recebeu a denúncia de forma anônima e foi ao local para realizar a fiscalização, comprovando o crime.
A operação, denominada "Ninho da Coruja", aconteceu por volta das 4h30. De acordo com o titular da pasta, Olegário Passos, a dupla negou-se a prestar qualquer declaração sobre a atividade, porém não ofereceu resistência à ação dos técnicos que inspecionavam. Os trabalhadores foram levados à sede da secretaria, onde lavrou-se os autos de apreensão e infração. Além da abertura de processo administrativo, segundo o secretário, será instaurado um inquérito policial na Delegacia Especializada em Proteção ao Meio Ambiente (Deprema).
Os equipamentos apreendidos ficarão sob a responsabilidade da Guarda Municipal Ambiental. A empresa que estava praticando o crime ambiental será multada em aproximadamente R$ 5 mil e ainda responderá criminalmente na Justiça. De acordo com o fiscal da Semurb Gustavo Szilagyi, a remoção de areia dessas dunas geralmente ocorre no início da manhã, por volta das 5h, quando a fiscalização ainda não está nas ruas. "Aproximadamente 105 mil metros cúbicos de areia já haviam sido retirados do local em ações anteriores, e o destino, comumente, é para fins diversos, mas principalmente para a construção civil. A areia retirada serviria de colchão para a pavimentação de uma área numa fábrica de confecções", revelou o fiscal.
Ainda segundo Szilagyi, a degradação das dunas causa impactos negativos ao meio ambiente. "Além da destruição da paisagem natural, deixa o local propício para colocação de lixo pela população".
A reportagem do Diário de Natal entrou em contato com a Recompav, por telefone, e foi atendida por um dos proprietários, que preferiu não se identificar. Ele limitou-se a dizer que a empresa serviu de "bode expiatório" e que "muitas outras fazem a retirada de areia no local, há muito tempo".
Fonte: DNonline
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